sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Cada caso é único.
Era única a maneira como eu te via, como tu cheiravas, como nos deixávamos levar.
Lá no fundo o que me mantém a beira d'água é o horizonte, onde se vão afogando as esperanças e as ideias que já não vão tendo fundamento.
Mas quero acreditar, quero e tu não me deixas não acreditar não é?
O que nos ligava era sempre mais forte, deixou de ser?
''Não sei''
Como é não saber? Há coisas que se sabem sempre, a diferença é querer ou não saber.
Sei que nunca te dei tudo o que tinha para dar e quero tanto dar agora, agora pareço portadora de todo o amor do mundo, pareço a pessoa mais apaixonada a face da terra.
Quando é que passa a ser tarde de mais?
Vais deixar chegar o tarde de mais?
Sempre foi estranho, mas eu sempre ouvi o que era mais forte. Se calhar até dei quase tudo mesmo não parecendo.
Estás tão longe, tão intocável. Tão impenetrável.
E queres mas não me deixas chegar a ti.
Se eu falar de saudades não levas como sinal de fraqueza?
Como é possível não ter saudades?
Como é possível não sentir a falta da tua sinceridade do momento, do teu toque tão quase doce, da tua luta para que eu fosse aquilo que queria ser para ti.
Mas a saudade não apaga as noites de desamparo, a indiferença, a falta de paciência.
Nunca perdoaste a minha insegurança e eu que só queria confiar em ti.
A maior dor e não lutares por nós, não usares o teu escudo contra tudo isso que te convences que é impossível de ultrapassar.
Não venham dizer que o amor não chega, não venham.
Eu sei, mas não quero. Há sempre alguma coisa, há a vontade.
E eu relembro todas as vezes que quis o fim e que me imaginei sem ti e mudei de ideias.
E relembro aquele primeiro dia, aquele primeiro beijo como se ainda houvesse muito pela frente.
Mas se calhar não há.
È Inverno, sei que o teu nariz está frio, sem que as tuas orelhas estão frias e que as tuas mãos estão geladas como sempre, e tu que sabes ainda de mim?
Voltaste as costas ao que eu nunca fui capaz de virar. Os dias parecem meses e nada muda.
Eu não sei bem, mas esquece o não sei, o medo ou o que quer que seja e vem ver este lado, vem pra mais um Inverno comigo, vem.